sábado, 12 de setembro de 2009

Brasil e Umbanda

A história da Umbanda conta a história do Brasil.


Ao chegar a lua em 1969 Neil Armstrong fincou a bandeira norte americana em solo lunar.
Ao chegar ao Brasil em 1500 Cabral mandou rezar a primeira missa e logo após foi fincada uma cruz em solo brasileiro.
Esses dois atos tem seu significado e sua simbologia.
O primeiro: demonstra a "supremacia" norte americana na corrida espacial.
O segundo: a posse da terra em nome do rei de Portugal e da santa fé católica.
Ao se pensar a história do Brasil e o seu dito "descobrimento" , é preciso manter em mente que já havia um grande número de pessoas habitando essas terras, e quão pouco conhecemos sobre esses habitantes originais do país que chamamos de Brasil, e que através de uma construção ideológica convencionou-se chamá-los de índios que na verdade não são, são Tupis são Yanomáis são Tapajós, ou seja, várias etnias e identidades que foram generalizadas no termo índio, por acidente de navegação. Depois vieram os negros, que na verdade eram Bantus, Sudaneses, Yorubás, Haussas, Bornos, Baribas, que arrancados do seu continente de origem, a África, se tranformaram na viga mestra da construção deste país. E por fim, vieram os imigrantes italianos, espanhóis, etc...
Assim, se formou esse imenso caldeirão, étnico que é o Brasil.
Agora o maravilhoso mesmo desta história, é o surgimento da Umbanda, que traz no seu bojo também a história de resistência desses povos. Para além da prática da caridade, o que vemos num terreiro de Umbanda é também a manifestação cultural de diversos povos. As evidências mais claras dessa resistência são as manifestações de caboclos e preto-velhos. Adentrar um terreiro é percorrer os corredores da nossa história.
Consultar um caboclo, um preto-velho, um baiano, um boiadeiro, um cigano, um exú, é mergulhar de corpo e alma nesse caldeirão. É estar em contato com a rica mitologia africana através dos orixás e da indígena através dos caboclos e seus deuses. A trajetória da Umbanda desde o seu surgimento marcada por perseguições, preconceitos, marginalizações, no início do século passado demonstra também a resistência desses povos, sua contribuição para a formação da sociedade brasileira.
Politicamente o Brasil pode estar longe de ser uma democracia racial, mas religiosamente, através da Umbanda isso pode se tornar uma realidade.
Okê caboclo! Yaô meu Pai! Salve a Bahia! Salve os Orixás!
Saravá!


fonte: Revista de Umbanda - Prof. Laércio, historiador, militante pela Igualdade Racial e Social e Umbandista.

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