
Yansã - Oyá
Dona do Teto
Oyá é a entidade dos ventos, das tempestades e do rio Níger que em Iorubá chama-se Odo-Oyá. Foi a primeira mulher de
Xangô e tinha um temperamento forte, ardente e impetuoso. Conta a lenda que Xangô enviou-a a uma missão na terra dos
baribas, a fim de buscar um preparado, que uma vez ingerido,
lhe permitia lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. Oyá
desobedecendo às intruções do esposo experimentou esse pre-
parado tornando-se capaz de também cuspir fogo, para grande
desgosto de Xangô, que desejava guardar só pra si este terrível
poder. Oyá foi no entanto a única mulher de Xangô, que no final
de seu reinado segui-o na sua fuga pra Tapá. E quando Xangô
recolheu-se para debaixo da terra, em Kossô, ela fez o mesmo
em Irá. Antes de se tornar mulher de Xangô, Oyá tinha vivido
com Ogum. A aparência do Deus do ferro e dos ferreiros causou-lhe menos efeito que a elegância, o garbo e o brilho do Deus do trovão. Ela fugiu com Xangô, e Ogum enfurecido, resolveu enfrentar seu rival; mas este último foi à procura de Olodumaré, o Deus supremo, para
lhe confessar que havia ofendido Ogum. Olodumaré interveio junto ao amante traído e recomen-
dou que perdoasse a afronta. E explicou: - Você Ogum, é mais velho que Xangô! Se, como mais velho deseja preservar sua dignidade aos olhos de Xangô e aos outros orixás, você não deve se aborrecer nem brigar: deve renunciar a Oyá sem recriminações! Mas Ogum, não foi sensível à
este apelo, lançou à perseguição dos fugitivos, e trocou golpes de varas mágicas com a mulher infiel, que foi então, dividida em nove partes. Este número nove, ligado a Oyá, está na origem de
seu nome Yansã.
Eparrêi Oyá!